Melancolia
Acordei mais cedo, coloquei minha melhor roupa.
Seu bom dia e o abraço de despedida,
Já no caminho questionei a razão.
Faz tempo que não vejo seu sorrio ou rosto feliz.
Os relatos são os mesmo .
Poucas palavras trocadas.
Tenho amigos, eles nunca entendem.
Estou atrasado novamente .
Falei com um desconhecido na rua, coisas da vida.
Houve choro no meu travesseiro novamente.
Não dei a importância.
Era indiferente.
Quem se importa ?
O tempo continua correndo, e devoro as horas.
Mais um dia acabou.
Volto pra casa, ou o que sobrou de mim.
Não quero conversar, não consigo mais pensar.
Mesmo assim conte a mim seu dia. Desculpe muito sono.
Noite está fria, o vento em meu rosto seca minhas lágrimas.
Ja é de manhã preciso me apressar.
Sem tempo, sem falar ...
E assim um dia consome o outro.
E me consumo por inteiro ate não sobrar nada.
Estou voltando aqui.
Onde as perguntas foram feitas.
As nossas diferenças nos levaram para longe .
Nunca vou saber se foi verdade ou criação da minha mente.
No caminho triste da despedida.
Me tornei o que temia .
Depois de tantos apelos eu era apenas mais um .
Eu te desapontei mais do que podia.
Não foi por querer.
Tudo que planejei é diferente da realidade.
Num curto momento.
Minha coragem faltou.
Faltou dizer o que eu realmente queria.
A vergonha me impediu de ser.
Eu podia ter sido mais .
Menos indeciso.
Sinto que falhei
Como eu saberia que essa dor poderia aumentar.
O frio ficou intenso, meu olhar nublado.
Gastei alguns anos para entender.
Não vale lutar algumas batalhas.
Alguns sonhos nunca serão realidades.
Sem saber o que fazer.
Alguns pássaros nunca voltaram no próximo verão.
Te vejo sentado no penhasco a beira do mar.
Ao longe a brisa calada .
Sem choro ou caneta pra anotar suas palavras.
Dou as costas e sigo na direção oposta.
As vezes sei ser o carrasco.
Me falta o ar.
Tenho que continuar
Apenas mais alguns instantes essa dor será retirada.
Jogada ao mar.
Em direção à água tudo desaparece.
O horizonte desaparece lentamente.
Um pouco de medo, dor?
Agora o vento corta minha pele e desacelera minha queda.
As perguntas foram feitas.
Me senti insignificante.
Ao longe te vejo partir, nunca se importou .
Não me protegeu.
E dizia que importava.
Minha queda continua e eu olho para o mar .
Não estou distante do fim, mais longe de tudo.
Minhas dores ficaram no penhasco.
No toque doce da água me disfarço e liberto minhas dores.
Sem regresso ou arrependimento.
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