domingo, 30 de abril de 2017

Queda livre

 Melancolia 
Acordei mais cedo, coloquei minha melhor roupa. 
Seu bom dia e o abraço de despedida,
Já no caminho questionei a razão. 
Faz tempo que não vejo seu  sorrio ou rosto feliz.
Os relatos são  os mesmo . 
Poucas palavras trocadas. 
Tenho amigos, eles nunca entendem. 
Estou atrasado novamente . 
Falei com um desconhecido na rua, coisas da vida.
Houve choro no meu travesseiro novamente. 
Não dei a importância. 
Era  indiferente.
Quem se importa ? 
O tempo continua correndo, e devoro as horas.
Mais um dia acabou. 
Volto pra casa, ou o que sobrou de mim.
Não quero conversar, não consigo mais pensar. 
Mesmo assim conte a mim seu dia. Desculpe muito sono. 
Noite está fria, o vento em meu rosto seca minhas lágrimas.
Ja é de manhã  preciso  me apressar. 
Sem tempo, sem falar ... 
E assim um dia consome o outro. 
E me consumo por inteiro ate não sobrar nada.


Estou voltando aqui. 
Onde as perguntas foram feitas. 
As nossas diferenças nos levaram para longe . 
Nunca  vou saber se foi verdade ou criação da minha mente. 
No caminho triste da despedida. 
Me tornei o que temia . 
Depois de tantos apelos eu era apenas mais um . 

Eu te desapontei mais do que podia. 
Não foi por querer.
Tudo que planejei é diferente da realidade. 
Num  curto momento. 
Minha coragem faltou. 
Faltou dizer o que eu realmente queria. 
A vergonha me impediu de ser. 
Eu podia ter sido mais . 
Menos indeciso. 
Sinto que falhei 
Como eu saberia que essa dor poderia aumentar. 
O frio ficou intenso, meu olhar nublado. 



Gastei alguns anos para entender. 
Não vale lutar algumas batalhas. 
Alguns sonhos nunca serão realidades.
Sem saber o que fazer.
Alguns pássaros nunca voltaram no próximo verão. 
Te vejo sentado no penhasco a beira do mar. 
Ao longe a brisa calada . 
Sem choro ou caneta pra anotar suas  palavras.
Dou as costas e sigo na direção oposta. 
As vezes sei ser o carrasco.
Me falta o ar.
Tenho que continuar 
Apenas mais alguns instantes essa dor será retirada.
Jogada ao mar. 
Em direção  à  água tudo desaparece. 
O horizonte desaparece lentamente.
Um pouco de medo,  dor? 
Agora o vento corta minha pele e desacelera minha queda.
As perguntas foram feitas.
Me senti insignificante. 
Ao longe te vejo partir, nunca se importou . 
Não me protegeu. 
E dizia que importava.  
Minha queda continua e eu olho para o mar . 
Não estou distante do fim, mais longe de tudo.
Minhas dores ficaram no penhasco.
No toque doce da água me disfarço e liberto minhas dores. 
Sem regresso ou arrependimento.











Nenhum comentário: